A Amiga Genial de Elena Ferrante
Tendo assistido com curiosidade a todo este interesse e
protagonismo em volta da escritora Elena Ferrante que escreve sob anonimato, ligado ao facto de um dos seus livros,“ A amiga Genial” estar no top de vendas em Portugal, não
poderia deixar de o ler.
Este livro está envolto em mistério, não fosse o próprio nome da sua autora um grande mistério, mas como já alguém afirmou, os livros depois de escritos já não precisam dos seus criadores, a existência da obra-prima vale por si só, com autonomia depois de cortado o cordão umbilical com o seu autor.
Quando desfolhei as páginas iniciais deste livro, logo percebi que a abordagem feita neste romance seria diferente de outros, pois começa por fazer um índice das personagens, apresentando as personagens por famílias, como por exemplo “A família Cerullo”(a família do sapateiro), descrevendo as personagens e o seu grau de parentesco, um poderoso auxílio para o leitor entrar melhor na história e nas personagens.
A opinião do The New York Time : «Elena Ferrante é uma das grandes escritoras contemporâneas», é certamente um elemento motivador mais do que suficiente para aguçar a minha curiosidade. Este livro traz-nos uma história de duas amigas (Lenú e Lila ou Lina), que se conhecem na infância, num bairro de pessoas humildes e travam uma amizade que permanece ao longo de toda a vida.
O Livro começa as suas primeiras frases de forma empolgante, com o desaparecimento de uma das personagens Lila «Rino telefonou-me esta manhã, pensei que quisesse outra vez dinheiro e preparei-me para lhe dizer que não. Mas o motivo do telefonema era outro: não sabia da mãe.». Este desaparecimento fez com que a outra personagem central, Lenú relate, na primeira pessoa, a história desta amizade que as uniu desde a infância.
Um livro que descreve as vivências, as aventuras, os dissabores, as ruturas e as comparações durante a infância e juventude destas duas amigas tão diferentes uma da outra.
Certamente muitas leitoras reconhecer-se-ão numa ou outra personagem, o que as levará a reviver esses seus tempos de infância e se lembrarem das suas próprias melhores amigas. Logo no capítulo dedicado à infância começa por descrever o início dessa amizade mas também todos os traços tão distintos e antagônicos das suas personalidades, Lila era destemida, rebelde, corajosa, enquanto Lenú era uma criança tímida, amedrontada, insegura que tentava seguir Lila, um bela demonstração disso mesmo é a seguinte passagem
: «Lila enfiava a mão e o braço inteiro na escuridão de uma boca de esgoto, e eu fazia o mesmo logo a seguir, com o coração aos saltos» ou «Lila trepava até à janela do rés-do-chão da senhora Spagnuolo, pendurava-se da berra de ferro a que estava preso o arame da roupa, balançava-se e depois deixava-se cair para o passeio, e eu em seguida fazia o mesmo, embora com medo de cair e de me magoar». Apesar das diferenças que as caracterizam, esta é uma amizade que sobrevive a muitos percalços pela vida fora, como só uma verdadeira e forte amizade conseguiria. Ao longo do romance aparecem outras personagens (descritas no índice das Personagens), as famílias do porteiro, do carpinteiro, da viúva maluca, a professora e várias outras que irão enriquecer o livro.
A autora tem uma escrita apaixonante, profunda, empolgante e sempre misteriosa. Segundo a autora tem vontade de “preencher o leitor com os factos da vida normal”, mas consegue transformar o normal em fenomenal pela intensidade que atribui a cada personagem. Fica a ideia de que poderá ser um reflexo da sua própria vida e infância, mas poderá ser apenas um golpe de marketing, seja como for adorei o livro e certamente o irei reler.
Avaliação (0-10) 9
Este livro está envolto em mistério, não fosse o próprio nome da sua autora um grande mistério, mas como já alguém afirmou, os livros depois de escritos já não precisam dos seus criadores, a existência da obra-prima vale por si só, com autonomia depois de cortado o cordão umbilical com o seu autor.
Quando desfolhei as páginas iniciais deste livro, logo percebi que a abordagem feita neste romance seria diferente de outros, pois começa por fazer um índice das personagens, apresentando as personagens por famílias, como por exemplo “A família Cerullo”(a família do sapateiro), descrevendo as personagens e o seu grau de parentesco, um poderoso auxílio para o leitor entrar melhor na história e nas personagens.
A opinião do The New York Time : «Elena Ferrante é uma das grandes escritoras contemporâneas», é certamente um elemento motivador mais do que suficiente para aguçar a minha curiosidade. Este livro traz-nos uma história de duas amigas (Lenú e Lila ou Lina), que se conhecem na infância, num bairro de pessoas humildes e travam uma amizade que permanece ao longo de toda a vida.
O Livro começa as suas primeiras frases de forma empolgante, com o desaparecimento de uma das personagens Lila «Rino telefonou-me esta manhã, pensei que quisesse outra vez dinheiro e preparei-me para lhe dizer que não. Mas o motivo do telefonema era outro: não sabia da mãe.». Este desaparecimento fez com que a outra personagem central, Lenú relate, na primeira pessoa, a história desta amizade que as uniu desde a infância.
Um livro que descreve as vivências, as aventuras, os dissabores, as ruturas e as comparações durante a infância e juventude destas duas amigas tão diferentes uma da outra.
Certamente muitas leitoras reconhecer-se-ão numa ou outra personagem, o que as levará a reviver esses seus tempos de infância e se lembrarem das suas próprias melhores amigas. Logo no capítulo dedicado à infância começa por descrever o início dessa amizade mas também todos os traços tão distintos e antagônicos das suas personalidades, Lila era destemida, rebelde, corajosa, enquanto Lenú era uma criança tímida, amedrontada, insegura que tentava seguir Lila, um bela demonstração disso mesmo é a seguinte passagem
: «Lila enfiava a mão e o braço inteiro na escuridão de uma boca de esgoto, e eu fazia o mesmo logo a seguir, com o coração aos saltos» ou «Lila trepava até à janela do rés-do-chão da senhora Spagnuolo, pendurava-se da berra de ferro a que estava preso o arame da roupa, balançava-se e depois deixava-se cair para o passeio, e eu em seguida fazia o mesmo, embora com medo de cair e de me magoar». Apesar das diferenças que as caracterizam, esta é uma amizade que sobrevive a muitos percalços pela vida fora, como só uma verdadeira e forte amizade conseguiria. Ao longo do romance aparecem outras personagens (descritas no índice das Personagens), as famílias do porteiro, do carpinteiro, da viúva maluca, a professora e várias outras que irão enriquecer o livro.
A autora tem uma escrita apaixonante, profunda, empolgante e sempre misteriosa. Segundo a autora tem vontade de “preencher o leitor com os factos da vida normal”, mas consegue transformar o normal em fenomenal pela intensidade que atribui a cada personagem. Fica a ideia de que poderá ser um reflexo da sua própria vida e infância, mas poderá ser apenas um golpe de marketing, seja como for adorei o livro e certamente o irei reler.
Avaliação (0-10) 9
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